Líder do PT no Senado promete apoio do partido ao projeto de autonomia financeira do Banco Central
Rogério Carvalho (SE deve ajudar Gabriel Galípolo a conquistar a autonomia financeira e orçamentária do BC no Congresso
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Por Célia Froufe (Broadcast) e Cícero Cotrim (Broadcast)
BRASÍLIA - O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), deve ajudar o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a conquistar a autonomia financeira e orçamentária no Congresso. Apenas em março, o petista se reuniu duas vezes com o chefe da autarquia. Em uma conversa com o Estadão/Broadcast no seu gabinete, na última quarta-feira, 2, Carvalho confirmou que os encontros serviram para tratar do projeto.
“A finalidade é a gente tornar o Banco Central efetivamente autônomo, seja do governo, mas autônomo também do mercado”, disse o senador. “Autonomia de verdade, um instrumento para exercer a autonomia como autoridade monetária: é isso que a gente quer, e acho que isso o Galípolo vai conseguir imprimir e vai ter o apoio nosso para que ele tenha uma autonomia de verdade.”
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
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As conversas com Galípolo abordaram a necessidade de não deixar o BC dependente de recursos do Orçamento Geral da União, especialmente diante de inovações como o Pix e o Drex, que têm custo para serem gerenciadas. Segundo Carvalho, a ideia é conceder à autarquia a “capacidade plena de gestão monetária”.
Recentemente, o presidente do BC disse em um evento público que é “muito importante e tempestivo” garantir as condições para que os servidores possam assumir as novas obrigações criadas pelas mudanças no sistema financeiro. Como mostrou o Broadcast em fevereiro, a autarquia está em negociação com as demais áreas do governo para chegar a um desenho sobre a medida.
Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede a autonomia orçamentária e financeira do BC está parada desde o ano ado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, depois de várias manobras do governo terem impedido o texto de ir a votação.
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O relator, senador oposicionista Plínio Valério (PSDB-AM), trabalhou de perto no seu desenho com o ex-presidente do BC Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro. O tema já rachou o governo e também os servidores da autarquia, mas aos poucos começa a haver um consenso um pouco maior sobre a PEC.
Na conversa, Carvalho teceu elogios a Galípolo, indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elogiando a sua inteligência e “mente preditiva”.
“Ele tem uma cabeça matemática, ele consegue istrar as variáveis e saber como essas variáveis vão estar daqui a um mês, daqui a 60 dias, daqui a um ano, como um conjunto delas vai interagir para produzir um resultado. É uma mente matemática, uma mente preditiva”, disse.
Juros
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Sobre o ciclo de aperto monetário que está sendo conduzido pelo BC, Carvalho diz que a alta dos juros visa a não esfriar a economia, mas, sim, reduzir a cotação do dólar. Ele argumenta que o câmbio é, hoje, o principal problema para a inflação, especialmente depois do derretimento do real no fim do ano ado. Por isso, controlar o câmbio é o caminho para debelar a alta dos preços, segundo o parlamentar.
“O Banco Central está operando para evitar o dólar, o problema hoje é o dólar”, afirmou o senador horas antes do anúncio das tarifas recíprocaspelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trup. “Em qualquer setor da economia, o dólar impacta em mais de 50% do custo. Então, a inflação depende muito da variação cambial. Acho que Galípolo está indo muito bem, está segurando - aliás, ele está matando, trazendo o dólar para o padrão.”
BRASÍLIA - O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), deve ajudar o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a conquistar a autonomia financeira e orçamentária no Congresso. Apenas em março, o petista se reuniu duas vezes com o chefe da autarquia. Em uma conversa com o Estadão/Broadcast no seu gabinete, na última quarta-feira, 2, Carvalho confirmou que os encontros serviram para tratar do projeto.
“A finalidade é a gente tornar o Banco Central efetivamente autônomo, seja do governo, mas autônomo também do mercado”, disse o senador. “Autonomia de verdade, um instrumento para exercer a autonomia como autoridade monetária: é isso que a gente quer, e acho que isso o Galípolo vai conseguir imprimir e vai ter o apoio nosso para que ele tenha uma autonomia de verdade.”
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
As conversas com Galípolo abordaram a necessidade de não deixar o BC dependente de recursos do Orçamento Geral da União, especialmente diante de inovações como o Pix e o Drex, que têm custo para serem gerenciadas. Segundo Carvalho, a ideia é conceder à autarquia a “capacidade plena de gestão monetária”.
Recentemente, o presidente do BC disse em um evento público que é “muito importante e tempestivo” garantir as condições para que os servidores possam assumir as novas obrigações criadas pelas mudanças no sistema financeiro. Como mostrou o Broadcast em fevereiro, a autarquia está em negociação com as demais áreas do governo para chegar a um desenho sobre a medida.
Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede a autonomia orçamentária e financeira do BC está parada desde o ano ado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, depois de várias manobras do governo terem impedido o texto de ir a votação.
O relator, senador oposicionista Plínio Valério (PSDB-AM), trabalhou de perto no seu desenho com o ex-presidente do BC Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro. O tema já rachou o governo e também os servidores da autarquia, mas aos poucos começa a haver um consenso um pouco maior sobre a PEC.
Na conversa, Carvalho teceu elogios a Galípolo, indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elogiando a sua inteligência e “mente preditiva”.
“Ele tem uma cabeça matemática, ele consegue istrar as variáveis e saber como essas variáveis vão estar daqui a um mês, daqui a 60 dias, daqui a um ano, como um conjunto delas vai interagir para produzir um resultado. É uma mente matemática, uma mente preditiva”, disse.
Juros
Sobre o ciclo de aperto monetário que está sendo conduzido pelo BC, Carvalho diz que a alta dos juros visa a não esfriar a economia, mas, sim, reduzir a cotação do dólar. Ele argumenta que o câmbio é, hoje, o principal problema para a inflação, especialmente depois do derretimento do real no fim do ano ado. Por isso, controlar o câmbio é o caminho para debelar a alta dos preços, segundo o parlamentar.
“O Banco Central está operando para evitar o dólar, o problema hoje é o dólar”, afirmou o senador horas antes do anúncio das tarifas recíprocaspelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trup. “Em qualquer setor da economia, o dólar impacta em mais de 50% do custo. Então, a inflação depende muito da variação cambial. Acho que Galípolo está indo muito bem, está segurando - aliás, ele está matando, trazendo o dólar para o padrão.”
BRASÍLIA - O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), deve ajudar o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a conquistar a autonomia financeira e orçamentária no Congresso. Apenas em março, o petista se reuniu duas vezes com o chefe da autarquia. Em uma conversa com o Estadão/Broadcast no seu gabinete, na última quarta-feira, 2, Carvalho confirmou que os encontros serviram para tratar do projeto.
“A finalidade é a gente tornar o Banco Central efetivamente autônomo, seja do governo, mas autônomo também do mercado”, disse o senador. “Autonomia de verdade, um instrumento para exercer a autonomia como autoridade monetária: é isso que a gente quer, e acho que isso o Galípolo vai conseguir imprimir e vai ter o apoio nosso para que ele tenha uma autonomia de verdade.”
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
As conversas com Galípolo abordaram a necessidade de não deixar o BC dependente de recursos do Orçamento Geral da União, especialmente diante de inovações como o Pix e o Drex, que têm custo para serem gerenciadas. Segundo Carvalho, a ideia é conceder à autarquia a “capacidade plena de gestão monetária”.
Recentemente, o presidente do BC disse em um evento público que é “muito importante e tempestivo” garantir as condições para que os servidores possam assumir as novas obrigações criadas pelas mudanças no sistema financeiro. Como mostrou o Broadcast em fevereiro, a autarquia está em negociação com as demais áreas do governo para chegar a um desenho sobre a medida.
Uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede a autonomia orçamentária e financeira do BC está parada desde o ano ado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, depois de várias manobras do governo terem impedido o texto de ir a votação.
O relator, senador oposicionista Plínio Valério (PSDB-AM), trabalhou de perto no seu desenho com o ex-presidente do BC Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro. O tema já rachou o governo e também os servidores da autarquia, mas aos poucos começa a haver um consenso um pouco maior sobre a PEC.
Na conversa, Carvalho teceu elogios a Galípolo, indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elogiando a sua inteligência e “mente preditiva”.
“Ele tem uma cabeça matemática, ele consegue istrar as variáveis e saber como essas variáveis vão estar daqui a um mês, daqui a 60 dias, daqui a um ano, como um conjunto delas vai interagir para produzir um resultado. É uma mente matemática, uma mente preditiva”, disse.
Juros
Sobre o ciclo de aperto monetário que está sendo conduzido pelo BC, Carvalho diz que a alta dos juros visa a não esfriar a economia, mas, sim, reduzir a cotação do dólar. Ele argumenta que o câmbio é, hoje, o principal problema para a inflação, especialmente depois do derretimento do real no fim do ano ado. Por isso, controlar o câmbio é o caminho para debelar a alta dos preços, segundo o parlamentar.
“O Banco Central está operando para evitar o dólar, o problema hoje é o dólar”, afirmou o senador horas antes do anúncio das tarifas recíprocaspelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trup. “Em qualquer setor da economia, o dólar impacta em mais de 50% do custo. Então, a inflação depende muito da variação cambial. Acho que Galípolo está indo muito bem, está segurando - aliás, ele está matando, trazendo o dólar para o padrão.”