
Soluções associativas 2q4o3m
Os Douro Boys estiveram no Brasil para conduzir a degustação batizada de “O Luxo do Tempo” w504s
O grupo criado em 2003 reúne quatro das famílias mais importantes do Douro e do Porto, Quinta do Crasto, Quinta do Vale Meão, Niepoort e Quinta do Vallado, e nasceu pela necessidade de juntar forças para promover os vinhos de mesa do Douro (vinhos não fortificados como o Porto), que responde por uma parcela significativa do faturamento destas empresas familiares e, mais importante, não requer longo tempo de produção como o vinho do Porto.
Nesta visita, os Douro Boys (que também não são tão “boys”) centraram-se na proposta de mostrar o potencial de guarda dos vinhos do Douro, seja em rótulos mais simples, como o Vallado Tinto 2010 (perfeitamente íntegro e vivo), aos elegantes Niepoort Batuta 2017 e Quinta do Vale Meão 2007 ou o sedutor Crasto Vinha Maria Teresa 2019. Infelizmente, destes rótulos, apenas o primeiro, o Vallado, tem o mérito de se acomodar dentro da faixa de preço do Guia dos Vinhos (até R$ 300).
Rótulos dos Douro Boys
Ainda assim a ideia é mostrar que de forma reunida, ainda que concorrentes na excelência e na faixa de preço de seus vinhos, todos têm a ganhar. No caso dos Douro Boys completa 22 anos de existência e a união se mostrou tão produtiva que resultou até mesmo em alguns vinhos associativo. Todos os produtores cedem lotes de suas vinícolas para a Cuvée Douro Boys, na edição mais recente, chamada Anniversary foram lançados um tinto e um Porto, vendidos em leilões e capazes de alcançar cifras de cinco dígitos.
E para não ficar apenas com as projeções das marcas, alguns números am o argumento de sucesso dos Douro Boys. Desde a criação as vinícolas aram de 120 funcionários para 290, o volume de garrafas produzidas de vinho de mesa cresceu quase 750%, chegando a 5,4 milhões de garrafas e todos os produtores do grupo multiplicaram de duas à sete vezes o número de países (mercados) que recebem seus vinhos.
Entretanto os Douro Boys não estão isolados. São diversos grupos e soluções associativas que se mostram bem-sucedidas. O movimento Renaissance das Appellations, nascido em 2001, colocou em voga a biodinâmica através de um de seus líderes, o dedicado e polêmico Nicolas Joly (que faz o mítico Coulée de Serrant). Além de estabelecer uma cartilha de práticas do biodinamismo, o grupo ganhou projeção pelo quilate das vinícolas que reune, vide Foradori, Lécrapart, Le Puy, Leflaive, Leroy e De Villaine. O Brasil chegou a fazer parte do circuito da feira Renaissance das Appellations (2010 e 2012), recebendo parte dos produtores que apresentaram seus vinhos ao público daqui.
Douro Boys Anniversary Couvée 2021: a nova safra do vinho do grupo
Na Itália, nasceu um movimento parecido, o Triple A, em que a sigla já indica o tema: agricultor, artesão e artista. Produtores artesanais, com agricultura familiar e limpa, com nível de qualidade elevado. Novamente, os nomes dos integrantes é o melhor indicativo do pedigree: Arianna Occhipinti, Radikon, Lapierre, Musar, Overnoy, Chacra e até o próprio Nicolas Joly (não raro, os bons produtores circulam pelas mesmas associações). Nestes dois grupos, o ponto alto são as feiras que permite o aos consumidores e compradores, afinal, mesmo com poesia, são negócios, as usual.